quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Aceitando as fases

A vida é contínua, mas não é constante. Tudo muda o tempo todo. As marés, as estações do ano, o ciclo da natureza seguem continuamente alternando suas mutações.

Então, se este é ritmo da natureza por que se cobrar uma coerência perene? Por que não aceitar que nós também temos dias de chuva e dias de sol? Por que dizer que eu sou assim e pronto.

Nós somos muitos dentro de nós. Somos multifacetados. Nossa personalidade não é dotada de características indeléveis. Somos plurais e devemos nos aceitar assim. Variamos de acordo com as condições internas e externas que interagem o tempo todo conosco.

A vida é feita de fases. Desde o nascimento, passamos por mudanças contínuas e rápidas. Nossas características pessoais vão se formando com a bagagem que recebemos quando viemos ao mundo somada as reações que aprendemos com a interação com tudo que nos cerca. E isso continua pela vida afora. 

Você pode não se sentir o mesmo que ontem e isso pode mudar novamente. Precisamos ter a sabedoria de viver a vida aceitando as fases que vivemos. Isso é viver no presente. Não devemos lutar contra. É preciso perceber o que está diferente, reconhecer e aceitar. Aí sim temos condições lidar com isso e compreender se temos motivos internos e/ou externos que expliquem essa diferença. 

Às vezes basta aceitar que é uma necessidade nova ou momentânea. Uma pessoa extrovertida pode precisar de viver um momento mais introspectivo, de se fechar um pouco para o exterior e viver um balanço interno, por exemplo. É preciso saber aceitar o seu momento. 

Para se viver com mais naturalidade e sem tanto sofrimento, devemos sempre olhar para dentro de nós e reconhecer o que está acontecendo. Isso facilita o processo de aceitação e a identificação de como precisamos agir naquele momento. Sem esse olhar, você correr o risco de não se reconhecer em algumas fases da vida e isso causa um grande sofrimento. 

Aceitando aquilo que estamos vivendo e procurando agir de acordo com o nosso ritmo interno ou buscando conciliar o que sentimos com as demandas que recebemos do mundo exterior, conduzimos a vida com mais suavidade e naturalidade. 

Viver não é fácil, mas com sabedoria pode ser muito mais prazeroso.